sexta-feira, 3 de abril de 2009

EXISTÊNCIA

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INSULTO À EXISTÊNCIA

Afora o que amealha a riqueza
afora o que agride a violência
afora o que alcança o talento
afora o que afortuna a sorte
da emoção ao contento
resta um esperar lento
do nascimento à morte
resta com muita certeza
um insulto à existência
um existir medíocre
um viver biltre
de atrofiar a beleza
de cultuar avareza
nascer sadio e morrer doente
de corpo e mente

intacto dote de sentimentos
desperdício
esperança impacto da rebeldia
suplício
resposta ao chamamento
palavra
a boca chama
grito
o tempo crava
sangue
muros da covardia
limite

afora o que a ousadia
permite
tudo não feito
encerra
nesse corpo perfeito
alimento de terra