sexta-feira, 29 de maio de 2009

ENCARNADO (possuido?)

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Esse ente que não sou eu
mas que vai comigo
fustiga-me noite adentro
anda aflito pensando sem rumo
não tem paz nem fadiga
enquanto não esboça palavras
empunha pena

O criar é lento e doloroso
O corpo padece em cansaço
Quando se vai é tarde
já consumiu mais vida
deixa pouco para o outro dia

Não sei quando volta
nem sei se foi da última vez
sinto apenas desfalecer os braços
fechar os olhos, amolecer os ombros
a minha luz se apaga