sábado, 18 de abril de 2009

Tempo de colheita

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Sonhei que morria e morrendo
supliquei a Deus que me poupasse
da morte e daquele cenário horrendo

Resolveu ele ouvir antes que evitasse
mas não veio pessoalmente escutar
mandou em seu lugar um oráculo

Um ser de olhos diamantados
agitava seu majestoso báculo
ao relato dos meus pecados bramia

Durante todo aquele espetáculo
minh’alma deplorava e gemia
a dor que cada palavra carregava

Na solidão daquela agonia
numa visão espetacular de fatos
o enredo da minha existência eu via

E como num imenso delírio
ora em filme, ora em retratos
perplexo tremia ante os fatos

Ali moribundo a tudo ouvia
o que o oráculo vaticinava
mesmo quase falecido compreendia

Era tempo da colheita aquele dia
da semente semeada
eis por que minha vida findava