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SEDUÇÃO DAS PALAVRAS
Oh! palavras, palavras
seduzem - me
eu as quero nuas
desfilando de frente
passando de costas
rolando em minha cama
verbetes chamando
Oh! palavras, palavras
entrem pelos olhos
adoráveis ninfas
escorram em mim maduras
apartarão de mim anciãs
pela boca e mãos
Oh! palavras, palavras
de todo calão
adúlteras catarinas
paquequer, guaicurus, guarani
escada de meretrizes.
subi e amei
Oh! palavras, palavras
proibidas, reprimidas
horizonte cinzento
vigiadas, punidas
silêncio imposto
corri e gritei
liberdade imposta
numa janela aberta
niguém desperta
o vazio voa
desconsolo à mostra
Ó palavras, palavras
viví e calei
HORIZONTE DAS PALAVRAS
Toda palavra, além da fachada
contexto significante
literalidade e sinonímia
é mais que apenas efígie
Por trás da porta que a atravessa
da chave que a destranca
há palácios, há ruínas
selvas e montanhas
Contam os antigos
lendas sobre o horizonte das palavras
depois do encontro do céu e terra
além dali, no improvável
Há palavras e expressões nunca exploradas
enterram tesouros, obras inteiras
perdidas no deserto árido do inédito
intactas sob gelo da imaginação.
terça-feira, 31 de março de 2009
segunda-feira, 30 de março de 2009
MEU HERMANO WALTER
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DE PAZ, DE CORAÇÃO
Por eu ser assim
de paz, de coração
eu amo as pessoas
e quanta gente mais
vier de onde eu vim
de um lugar
onde o amor
é o primeiro sentimento
que se sente
ao abrir os olhos
Por eu ser assim
se paz, de coração
eu só lamento
ver tanta gente assim
que não viveu esse
momento de harmonia
entre o ser e a crição
esse instante de magia
onde a vida sopra vida
nos põe no vento
.
DE PAZ, DE CORAÇÃO
Por eu ser assim
de paz, de coração
eu amo as pessoas
e quanta gente mais
vier de onde eu vim
de um lugar
onde o amor
é o primeiro sentimento
que se sente
ao abrir os olhos
Por eu ser assim
se paz, de coração
eu só lamento
ver tanta gente assim
que não viveu esse
momento de harmonia
entre o ser e a crição
esse instante de magia
onde a vida sopra vida
nos põe no vento
domingo, 29 de março de 2009
O QUE É SER POETA ?
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MEU CARO BARDO
Tua poesia não precisa de forma
e tu não precisas de um estilo
não podes criar sob uma norma
mas antes de o dar a lume deves senti-lo
Se te vem em prosa que prosa seja
que seja soneto se um soneto é que desenha
pois bem, agora veja:
não deixes de o escrever qualquer que venha
Tua memória é um pasto
não importa qual capim
se relva tenra é teu latim
lança-te ao mundo
anuncia-te meu caro bardo
fujas de ser um poeta tardo !
PRENDAS POÉTICAS
Não vos obrigueis aos versos
tampouco deveis escrever por empreitada
para não acontecer de vos escravizardes
pela palavra e ela vos dominar
deveis, ao contrário, cavalgá-las
docemente, sem freio, esporas, arreio, em pêlo
Se iniciais vossas prendas poéticas
deixai escrever toda palavra, todo verso
todo poema, toda prosa
deixai assim sair como colostro
antes do leite mais puro
Os primeiros serão, quase sempre, desabafo e desatino
Quanto mais escreverdes tanto mais primor.
Talento é luxo das virtudes.
Não espereis condecorações
nem prêmios ou méritos
o mundo é infame
leitores escassos
Evitai o escárnio, deletério, ultraje,
bajulação, incensação, arrogância
poderíeis atrair apatia, adoecer almas
contudo, nada vos é defeso
apófases, catáfases, antônimos
e tudo mais que for expressão vossa
Não declineis, nunca, à ignorância
podendo, doai livros, emprestai dicionários
jogai uma corda
a palavra acolhe
a palavra cura
a palavra salva
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MEU CARO BARDO
Tua poesia não precisa de forma
e tu não precisas de um estilo
não podes criar sob uma norma
mas antes de o dar a lume deves senti-lo
Se te vem em prosa que prosa seja
que seja soneto se um soneto é que desenha
pois bem, agora veja:
não deixes de o escrever qualquer que venha
Tua memória é um pasto
não importa qual capim
se relva tenra é teu latim
lança-te ao mundo
anuncia-te meu caro bardo
fujas de ser um poeta tardo !
PRENDAS POÉTICAS
Não vos obrigueis aos versos
tampouco deveis escrever por empreitada
para não acontecer de vos escravizardes
pela palavra e ela vos dominar
deveis, ao contrário, cavalgá-las
docemente, sem freio, esporas, arreio, em pêlo
Se iniciais vossas prendas poéticas
deixai escrever toda palavra, todo verso
todo poema, toda prosa
deixai assim sair como colostro
antes do leite mais puro
Os primeiros serão, quase sempre, desabafo e desatino
Quanto mais escreverdes tanto mais primor.
Talento é luxo das virtudes.
Não espereis condecorações
nem prêmios ou méritos
o mundo é infame
leitores escassos
Evitai o escárnio, deletério, ultraje,
bajulação, incensação, arrogância
poderíeis atrair apatia, adoecer almas
contudo, nada vos é defeso
apófases, catáfases, antônimos
e tudo mais que for expressão vossa
Não declineis, nunca, à ignorância
podendo, doai livros, emprestai dicionários
jogai uma corda
a palavra acolhe
a palavra cura
a palavra salva
sexta-feira, 27 de março de 2009
SEXTA DA RIMA
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CONFLITO DA RIMA
Rimar ou não rimar ?
eis uma questão literária
existencial na poesia
aquém de modernismo
e estilos de época
Rimar ou não rimar ?
eis a questão salutar
retrocedente
ulterior
recorrente
Sem rima é o texto
terminais abertos
narrar de contexto
períodos e frases
não-versos
Rimar ou não rimar ?
masculina, emparelhada
feminina, alternada
aguda, consoante
coroada, toante
Rimando exulte
sem nenhum escrúpulo
ante quem exaltado avulte
ser esdrúxulo
rimar dissonante
Rimar ou não rimar ?
opulenta, intercalada
interpolada, pobre
cruzada, encadeada
popular, nobre
Herdado no sangue lusitano
conflito de além-mar
do soteropolitano
para a nação a espalhar
a pensar da poesia:
rimar ou não rimar ?
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CONFLITO DA RIMA
Rimar ou não rimar ?
eis uma questão literária
existencial na poesia
aquém de modernismo
e estilos de época
Rimar ou não rimar ?
eis a questão salutar
retrocedente
ulterior
recorrente
Sem rima é o texto
terminais abertos
narrar de contexto
períodos e frases
não-versos
Rimar ou não rimar ?
masculina, emparelhada
feminina, alternada
aguda, consoante
coroada, toante
Rimando exulte
sem nenhum escrúpulo
ante quem exaltado avulte
ser esdrúxulo
rimar dissonante
Rimar ou não rimar ?
opulenta, intercalada
interpolada, pobre
cruzada, encadeada
popular, nobre
Herdado no sangue lusitano
conflito de além-mar
do soteropolitano
para a nação a espalhar
a pensar da poesia:
rimar ou não rimar ?
quinta-feira, 26 de março de 2009
DE CORPO E MENTE E ALMA
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ELOGIO DAS NÁDEGAS
Nádegas,
creem estudiosos no assunto
não estão no corpo num simples estar junto
mas como importante e vistoso adjunto
Às nádegas
deem alcunhas e nomes
apodos os mais infames
popa, buzanfa, bunda
mas elas guardam grande e profunda
relação de construção e identidade
com a personalidade
Nas nádegas,
leem pessoas entendidas
todas as emoções e dissabores
conforme estejam exuberantes
ou contraidas
Nas nádegas veem
quem as observam testo
juntos coração e mente
e isso desmente, categoricamente
o abismo entre intenção e gesto
Nádegas vêm
passam desfilando grudadas nos sexos
as fêmeas não as disfarçam
deixam os machos perplexos
abusam de sua potencia
que potencia as nádegas têm !
Nos gomos que se abraçam
cada modelo é exclusivo
se pouco apelo contêm
ou rebolado agressivo
naquilo que às nádegas convêm
de ser o gostoso cativo
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ELOGIO DAS NÁDEGAS
Nádegas,
creem estudiosos no assunto
não estão no corpo num simples estar junto
mas como importante e vistoso adjunto
Às nádegas
deem alcunhas e nomes
apodos os mais infames
popa, buzanfa, bunda
mas elas guardam grande e profunda
relação de construção e identidade
com a personalidade
Nas nádegas,
leem pessoas entendidas
todas as emoções e dissabores
conforme estejam exuberantes
ou contraidas
Nas nádegas veem
quem as observam testo
juntos coração e mente
e isso desmente, categoricamente
o abismo entre intenção e gesto
Nádegas vêm
passam desfilando grudadas nos sexos
as fêmeas não as disfarçam
deixam os machos perplexos
abusam de sua potencia
que potencia as nádegas têm !
Nos gomos que se abraçam
cada modelo é exclusivo
se pouco apelo contêm
ou rebolado agressivo
naquilo que às nádegas convêm
de ser o gostoso cativo
quarta-feira, 25 de março de 2009
Identidade
O pico que sumiu
Eu nasci numa cidade
lá na Serra do Esmeril
perto de Capoeirana
e de um pico que sumiu
Uma poeira desse pico
matiza o céu azul de anil
eu só conheci metade
desse pico que sumiu
Para onde levaram o pico ?
qual deu o arrancou varonil ?
O homem remove montanhas
depois se descobriu
Foi assim que o pico sumiu
Eu nasci numa cidade
lá na Serra do Esmeril
perto de Capoeirana
e de um pico que sumiu
Uma poeira desse pico
matiza o céu azul de anil
eu só conheci metade
desse pico que sumiu
Para onde levaram o pico ?
qual deu o arrancou varonil ?
O homem remove montanhas
depois se descobriu
Foi assim que o pico sumiu
terça-feira, 24 de março de 2009
SE PUDER, TODO DIA UMA POESIA !
Tudo aquí expresso e exposto é de minha autoria.
Se não for merecerá aspas.
Um dia sonhei ser poeta, escritor
mas veja, leitor
sonhos acabam em poesia.
Daqui da internet
na minha festa de babete
será um poema por dia
do que leu
Vou saber se gostou
pelo que postou
Aí vai...
DERRADEIRA POESIA
I
Escrevo de modo derradeiro.
Cabal. Qual se na vida
último dia a morte chegada
ceifa em punho
aguarde o último verso
decisiva palavra.
Tudo é o que fica pronto
Havendo outro dia
o que foi não conta
outra etapa
outra história.
A sobrevivência esfaimada
devorou o talento
sua fome desvairada
o fez de alimento
Nesse tormento
trabalho todo dia
minha poesia
garimpo, lavro, lapido
apesar do trabalho sofrido
nem sempre tenho gema
não raro o poema
é um belo pedregulho
Sobre aquele entulho
às vezes, choro o espúrio
e me demoro a ver ali augúrio
escreverei o tempo
da visão do outeiro
quando abrir a porta
entrarei primeiro
já não há rota
nada surpreende
a poesia se esgota
mas transcende
II
Uma poesia faminta
devoradora, parasita
aflita, reprimida
um jogo de palavras
desfalque de dicionário
Incômoda da literatura
supérflua para minha classe
e mais, que disseram :
Ignorada que é inédita
inédita que não se conhecerá
um canto maldito
incompreensível. Será ?
Apodrecendo por fora
intacto por dentro
sem motivo para orgulho
sem causa para revolta
III
Todo dia, assim vagueio
volto àquele turbilhão
Escavo um pouco aquela mina
na esperança de veio
Sob um lume que ilumina
Repasso palavra por palavra
ensilo a sieba, mas não descarto
que é para os dias difíceis de lavra
Esse fórceps de alívio de parto
de extrair rima e remorso
o estopim, o explosivo
essa canga no dorso
Um comportamento invasivo
Expressão pueril
Esse alforje de ferramental
sujo de esmeril
E o jeito mineiro de querer:
garimpar quando escreve
minerar quando pensa
É doce herança itabirana
Se não for merecerá aspas.
Um dia sonhei ser poeta, escritor
mas veja, leitor
sonhos acabam em poesia.
Daqui da internet
na minha festa de babete
será um poema por dia
do que leu
Vou saber se gostou
pelo que postou
Aí vai...
DERRADEIRA POESIA
I
Escrevo de modo derradeiro.
Cabal. Qual se na vida
último dia a morte chegada
ceifa em punho
aguarde o último verso
decisiva palavra.
Tudo é o que fica pronto
Havendo outro dia
o que foi não conta
outra etapa
outra história.
A sobrevivência esfaimada
devorou o talento
sua fome desvairada
o fez de alimento
Nesse tormento
trabalho todo dia
minha poesia
garimpo, lavro, lapido
apesar do trabalho sofrido
nem sempre tenho gema
não raro o poema
é um belo pedregulho
Sobre aquele entulho
às vezes, choro o espúrio
e me demoro a ver ali augúrio
escreverei o tempo
da visão do outeiro
quando abrir a porta
entrarei primeiro
já não há rota
nada surpreende
a poesia se esgota
mas transcende
II
Uma poesia faminta
devoradora, parasita
aflita, reprimida
um jogo de palavras
desfalque de dicionário
Incômoda da literatura
supérflua para minha classe
e mais, que disseram :
Ignorada que é inédita
inédita que não se conhecerá
um canto maldito
incompreensível. Será ?
Apodrecendo por fora
intacto por dentro
sem motivo para orgulho
sem causa para revolta
III
Todo dia, assim vagueio
volto àquele turbilhão
Escavo um pouco aquela mina
na esperança de veio
Sob um lume que ilumina
Repasso palavra por palavra
ensilo a sieba, mas não descarto
que é para os dias difíceis de lavra
Esse fórceps de alívio de parto
de extrair rima e remorso
o estopim, o explosivo
essa canga no dorso
Um comportamento invasivo
Expressão pueril
Esse alforje de ferramental
sujo de esmeril
E o jeito mineiro de querer:
garimpar quando escreve
minerar quando pensa
É doce herança itabirana
segunda-feira, 23 de março de 2009
Para comerçar..
Sem foto, sem editor, sem perfil, rendido
um ego opaco, uma vaidade caida
só uma vontade de ser lido
Subi um morro, desci uma rua
ela não tinha saida
olhei entre o muro e a lua
Vi numa via larga sem largura ou comprimento
gente sem corpo, como que por magia
lia ! como nunca se viu em nenhum momento
Pensei: para que chorar por um livro
pelo amor do editor, se alí convivo
diuturnamente com o leitor
Farei minha festa de babete
com a minha poesia
aqui mesmo na internet
um ego opaco, uma vaidade caida
só uma vontade de ser lido
Subi um morro, desci uma rua
ela não tinha saida
olhei entre o muro e a lua
Vi numa via larga sem largura ou comprimento
gente sem corpo, como que por magia
lia ! como nunca se viu em nenhum momento
Pensei: para que chorar por um livro
pelo amor do editor, se alí convivo
diuturnamente com o leitor
Farei minha festa de babete
com a minha poesia
aqui mesmo na internet
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