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MEU CARO BARDO
Tua poesia não precisa de forma
e tu não precisas de um estilo
não podes criar sob uma norma
mas antes de o dar a lume deves senti-lo
Se te vem em prosa que prosa seja
que seja soneto se um soneto é que desenha
pois bem, agora veja:
não deixes de o escrever qualquer que venha
Tua memória é um pasto
não importa qual capim
se relva tenra é teu latim
lança-te ao mundo
anuncia-te meu caro bardo
fujas de ser um poeta tardo !
PRENDAS POÉTICAS
Não vos obrigueis aos versos
tampouco deveis escrever por empreitada
para não acontecer de vos escravizardes
pela palavra e ela vos dominar
deveis, ao contrário, cavalgá-las
docemente, sem freio, esporas, arreio, em pêlo
Se iniciais vossas prendas poéticas
deixai escrever toda palavra, todo verso
todo poema, toda prosa
deixai assim sair como colostro
antes do leite mais puro
Os primeiros serão, quase sempre, desabafo e desatino
Quanto mais escreverdes tanto mais primor.
Talento é luxo das virtudes.
Não espereis condecorações
nem prêmios ou méritos
o mundo é infame
leitores escassos
Evitai o escárnio, deletério, ultraje,
bajulação, incensação, arrogância
poderíeis atrair apatia, adoecer almas
contudo, nada vos é defeso
apófases, catáfases, antônimos
e tudo mais que for expressão vossa
Não declineis, nunca, à ignorância
podendo, doai livros, emprestai dicionários
jogai uma corda
a palavra acolhe
a palavra cura
a palavra salva
domingo, 29 de março de 2009
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No dia em que você se inscrever no Recanto das Letras, publique lá esse com o título de REMÉDIO. Tem tanta gente lá doente de desnutrição, quase morrendo de inanição e se apoiando em tantas palavras baldadas achando que é poesia... Paz e bem.
ResponderExcluirParabéns!!
ResponderExcluirConcordo que o título deveria ser REMÉDIO, você escreve com a alma, estou totalmente encantada.