SONETO DO CORAÇÃO
Lá longe um tambor ecoa
toque de recolher
dá vontade, com o ouvido à toa
seguir esse tum-tum bater
Invoca essa cadência
a penetrar num turbilhão
toca o clamor da ausência
a marcha por um forão
som longínquo de quimeras
batidas do coração
ato contínuo nas veias, no peito em recessão.
Não falha este velho coração
Continua afora o compasso
Sem tempo, sem exasperação
SONETO DO TEMPO PERDIDO
Contenta da felicidade o pêndulo
nos extremos de corações opostos
nem tanto pela ausência de âmago
que pelos seus mais tacanhos pressupostos
Segue a tocar nos batentes
em freqüência atemporal
balouçando entre virtudes decentes
e o mais escorregadio lodaçal
No limite da felicidade a aventura
encerra o ato desce o pano
para na vida, à certa altura, omitir o profano.
Hora do badalo que produz o tempo
tempo entre os batentes de amor e ódio
vida refém desse tal relógio
sábado, 11 de abril de 2009
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