quarta-feira, 27 de maio de 2009

Lamento Blue

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Oh! Cidade de pedra-blue
povo do coração a ferro
nem a lembrança do crepúsculo cintilante
tardes cósmicas, empoeiradas
chapéu de estrelas
sobre cadeia de montanhas
barrando o horizonte
levam-me de volta a tí
alto do Campestre
andar à sombra de montanhas no verão
sob neblina no inverno abandonado das ruas

O Pico ainda explode ?
Só pés-de-pomba não têm mêdo
panelas tremem, chão retumba às dez horas
um manto finíssimo e escuro cobre as casas
sobrevoa telhados e se estica
é pó brilhante, não é ouro, nem purpurina
é fécula de ferro

Dia e noite homens esfolam o solo
a vida escorre morro abaixo
em grandes comboios até o mar
Locomotivas tristes apitam e se despedem
cada vez que levam um pouco da cidade
Um abismo se cava no seio da mãe gentil
O buraco engole, no lugar, seu povo

2 comentários:

  1. É o progresso ceifa as entranhas da terra em busca de alimento para as mais modernas tecnologias. Enquanto isso a natureza vai sendo ferinda, sendo machucada e quando menos se espera ela solta seu urro de dor e fere e machuca ao "homem"... Lindo seu Poema de alerta.

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  2. O consumismo leva o homem a destruir o que a natureza levou centenas de anos pra construir, mais tudo em nome do progresso. Parabéns pelo texto um abraço tudo de bom
    Jorge Soares

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